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terça-feira, 24 de junho de 2008

Entenda a crise americana e saiba o motivo da inflação haver chegado até aqui:

Recebi essa estorinha por e-mail e decidi compartilhá-la.

"Entender a crise não é fácil (vide as tentativas de David Leonhardt, em um excelente artigo para o NYT).

Mas permitam-me oferecer um similar nacional, pesquisado pelo nosso intrépido correspondente Osto Craudiley.

É assim: o seu Biu tem um bar, na Sapolândia , e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.

Porque decide vender à crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre-preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, (MBA) decide que as cadernetas das dívidas do bar constitui, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Outros donos de bar decidem fazer a mesma coisa que seu Biu. E, também, outros gerentes de bancos com emibiêi. O negócio vira febre.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a que se façam operações estruturadas de derivativos, na BMF&Bovespa, cujo lastro inicial todo mundo desconhece ( as tais cadernetas do seu Biu ).

Esses derivativos estão sendo negociadas como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bebuns da Sapolândia não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia "sifu".

Nesse ponto, para recuperar as perdas, o gerente do banco do seu Biu foi para o Ceasa e começou a especular com alimentos e voltaram a ganhar dinheiro.

Para não parecer imoral, puseram a culpa nos biocombustíveis.

Mais uma vez quem paga a conta somos nós."


" do nada se faz um nada enorme e não se produziu um tomate sequer "

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